UMA
ANÁLISE FILOSÓFICA E LINGUÍSTICA DAS IDEIAS DE
WITTGENSTEIN
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Segundo Wittgenstein: “Antes
que uma proposição possa ter sentido, tem que ser estabelecido completamente
que proposições seguem-se dela” (Proto-tractatus, 3, 20102-3 apud
BRAIDA 2009, p. 174), dessa forma um
determinado significado de uma palavra refere-se a sua forma de sua aplicação, com base na correspondência
entre o conceito elaborado significado e regra
já existente.
Dessa
forma, Wittgenstein pressupõe que os limites da linguagem é observado na impossibilidade
de se descrever outros acontecimentos aos qual uma determinada sentença corresponde,
sem que se venha novamente a reutilizar a sentença. Assim, o contexto tona-se
fundamental para se determinar o significado de uma palavra, e o ensino do
significado torna-se relativo ao ensino referente à usabilidade das coisas
existentes.
Nesse
contexto, de acordo com Braida (2009, p. 43), Wittgenstein afirma que: “Os limites de minha linguagem significam os
limites de meu mundo. [...] os limites da linguagem (a linguagem que, só ela,
eu entendo) significam os limites de meu mundo”, e com base nessas ideias
do teórico, um determinado signo visto de forma isolada representa algo morto,
ganhando vida a partir do uso, sendo possível, tal signo, assumir diversos
significados ajustando-se ao contexto.
No contexto abordado (no
diálogo entre Charlie Brown e Sally
na tirinha do Snoopy), é percebida característica que aproxima o Tractatus e
as investigações filosóficas em relação à linguagem, pois o mesmo (o Tractatus)
apresenta-se como um
“depósito” de formulações originais, capaz de gerar releituras de símbolos
linguísticos. E, o caso da grafia da palavra meia-noite, escrita por Sally: meianoite, que é entendida seu
significado por Charlie Brown
(visto na tirinha).
Diante disso, observa-se que as ideias conceituais elaboradas
por cada indivíduo têm como base a aplicabilidade usual. E, que o Tractatus
apresenta-se como uma figuração dos acontecimentos tendo como base estruturas
linguísticas a partir de leitura-releitura, num estado de ligação entre contexto
e uso, tendo o significado das palavras dado por aquilo que elas substituem (associação
do signo ao objeto).
Referência
BRAIDA, Celso Reni.
Filosofia da linguagem. Florianópolis: UFSC, 2009. Disponível
no ambiente UEMANET - AVA Moodle. Acessado em maio de 2013.
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