ABORDAGEM DE PESQUISA QUALITATIVA, OBSERVAÇÃO
ETNOGRÁFICA E ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.
Profa. Me Jesus Andrade
Na pesquisa, a metodologia constitui-se em uma etapa importante
para se obter os dados necessários para se conhecer a realidade pesquisada,
permitindo dessa forma, aproximações, tanto com a população assistida quanto
com o ato de fazer ciência e construir informações. A metodologia tem em si o desenho
que pretende demonstrar o percurso da pesquisa, a mesma no desenvolvimento
poderá ser replanejada conforme adequação aos fins a que se destina. E, segundo
Moura (2010, p. 43), Compreendemos que o pesquisador está em atividade de
pesquisa quando organiza suas ações de forma intencional e consciente.
De tal modo, tem-se a necessidade de encontrar procedimentos
teórico-metodológicos que permitam explicar suas indagações a respeito do
objeto investigado. Assim, a organização das ações que permitem a objetivação
de seus motivos de investigação implica a escolha de determinadas ferramentas
que viabilizam a condução da pesquisa. Nesse contexto, podemos citar, dentre
outras, abordagem qualitativa,
a observação etnográfica e entrevistas semiestruturadas, que direciona olhares
para uma aproximação com a subjetividade dos sujeitos envolvidos e do
fenômeno social.
A respeito da pesquisa qualitativa, Minayo (2004), ressalva que,
essa metodologia responde a questões particulares, preocupando-se com
um nível de realidade que não pode ser quantificada, e sim, numa compreensão que leva o pesquisador a oportunidade de
submergir na subjetividade do pesquisando, e que nesse sentido pode
proporcionar bons direcionamentos para as análises de cunho social, ou seja,
dos fenômenos sociais.
No
caso da observação etnográfica, compreende-se
que ela é um momento de apreensão do real. Segundo Richardson (2009), o observador não é
apenas um espectador do fato a que está sendo estudado, ele se coloca na
posição e ao nível dos outros elementos humanos que compõem o fenômeno a ser
observado. Nessa dimensão, isto significa dizer que a inserção do pesquisador
permite que no decorrer da coleta dos dados, a realidade cotidiana dos pesquisados
possa acontecer de forma espontânea, natural, numa relação alicerçada na
confiança, o que oportuniza ao pesquisador captar as informações no momento em
que o fato ocorre.
E, a Entrevista semiestruturada,
apresenta-se como um encontro interpessoal no qual é incluída a subjetividade
dos protagonistas, podendo se constituir em um momento de construção do novo
conhecimento, nos limites da representatividade da fala e na busca de uma
horizontalidade nas relações de poder. De acordo com Triviños (2010), parte de questionamentos apoiados
em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa e que, podendo oferecer
posteriormente amplo campo de interrogativas e re-elaboração de novas hipóteses
que surgi a partir das respostas do informante possibilitando um aprofundamento
no fenômeno pesquisado.
REFERÊNCIAS
MINAYO,
Maria Cecília de Sousa (org). Pesquisa
Social: Teoria, métodos e criatividade. Petrópolis – RJ: Vozes, 2004.
RICHARDSON,
R.J. Pesquisa Social: métodos e
técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em
ciências sociais. São Paulo: Atlas, 2010.
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