TÓPICOS
DE LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE ENSINO (recortes de textos)
Pressupostos Teóricos
Os
Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de Língua Portuguesa (1998)
focalizam a necessidade de dar ao aluno condições de ampliar o domínio da
língua e da linguagem, aprendizado fundamental para o exercício da cidadania,
bem como desenvolver seus conhecimentos discursivos e linguísticos, sabendo ler
e escrever conforme seus propósitos e demandas sociais; expressar-se
apropriadamente em situações de interação oral diferentes daquelas próprias de
seu universo imediato.
Segundo
os Parâmetros Curriculares Nacionais, “O domínio da linguagem, como atividade
discursiva e cognitiva, e o domínio da língua como sistema simbólico utilizado
por uma comunidade linguística, são condições de possibilidade de plena
participação social” (BRASIL, 1998 p. 19).
Competência
Comunicativa, Segundo Travaglia (2002, p. 17) “[...] a competência comunicativa
é desenvolvida progressivamente conforme a capacidade de adequação do ato
verbal às situações de comunicação”.
Os gêneros textuais
Para
falar, utilizamo-nos sempre dos gêneros do discurso, em outras palavras, todos
os nossos enunciados dispõem de uma forma padrão e relativamente estável de
estruturação de um todo. Possuímos um rico repertório dos gêneros do discurso
orais e escritos (BAKHTIN, 1992, p. 301-302).
“[...]
os gêneros, como práticas sociocomunicativas, são dinâmicos e sofrem variações
na sua constituição, que, em muitas ocasiões, resultam em outros gêneros, novos
gêneros” (KOCH, 2008, p. 101).
Práticas de ensino tradicional
O
ensino tradicional da língua portuguesa investiu, erroneamente, no conhecimento
da descrição da língua supondo que a partir deste conhecimento da descrição
cada um de nós melhoraria seu desempenho no uso da língua. Na realidade, a
escola agiu mais ou menos como se para aprender a usar um interruptor ou uma
tomada elétrica fosse necessário saber como a força da água se transforma em
energia e esta em claridade na lâmpada que acendemos (GERALDI, 1996 APUD
TAVARES, 2004).
Práticas de ensino produtivo
Diferente
do ensino prescritivo que objetiva interferir nas habilidades linguísticas já
existentes consideradas erradas e inaceitáveis e substituí-las por outras
consideradas corretas e aceitáveis, o ensino produtivo “objetiva ensinar novas
habilidades linguísticas. Quer ajudar o aluno a estender o uso de sua língua
materna de maneira mais eficiente” (TRAVAGLIA, 2002, p. 39).
O
ensino produtivo é sem dúvida o mais adequado à consecução do primeiro objetivo
de ensino de língua materna [...] o de desenvolver a competência comunicativa,
já que tal desenvolvimento implica a aquisição de novas habilidades de uso da
língua e o ensino produtivo visa especificamente o desenvolvimento de novas habilidades
(TRAVAGLIA, 2002, p. 40).
Algumas competências que se
espera
Ler de maneira independente textos com os quais
tenha construído familiaridade e atribuir sentido a textos orais e escritos,
posicionando-se criticamente diante deles;
Compreender textos a partir do estabelecimento de
relações entre diversos segmentos do próprio texto e entre o texto e outros
diretamente implicados por ele;
Utilizando procedimentos de análise na leitura na
busca de compreensão e articulando informações textuais com conhecimentos
prévios;
Redigir textos na modalidade escrita e oral nos dentro
dos aspectos: comunicativos e expressivos, em função das exigências do gênero e
das condições de produção.
Utilizar os conceitos e procedimentos constituídos
na prática de análise linguística e revisar os próprios textos com o objetivo
de aprimorá-los.
Referências
BAKHTIN,
Mikhail. Estética da Criação Verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 4 ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2003.
BRASIL.
Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa 5ª a 8ª séries. Ministério
da Educação. Brasília, 1998.
BRASIL.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ministério da Educação.
Brasília, 1996.
KOCH,
Ingedore Villaça; ELIAS Vanda Maria. Ler e Compreender os sentidos do texto.
2 ed.São Paulo: Contexto, 2008.
TAVARES,
Gedite Fontes. Língua Portuguesa: a prática de análise linguística. São Luís:
UEMA, 2004.
TRAVAGLIA,
Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no
1º e 2º graus. 8.ed. São Paulo: Cortez, 2002.
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