sexta-feira, 6 de julho de 2018

TÓPICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICAS DE ENSINO (recortes de textos)
Pressupostos Teóricos
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de Língua Portuguesa (1998) focalizam a necessidade de dar ao aluno condições de ampliar o domínio da língua e da linguagem, aprendizado fundamental para o exercício da cidadania, bem como desenvolver seus conhecimentos discursivos e linguísticos, sabendo ler e escrever conforme seus propósitos e demandas sociais; expressar-se apropriadamente em situações de interação oral diferentes daquelas próprias de seu universo imediato.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, “O domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, e o domínio da língua como sistema simbólico utilizado por uma comunidade linguística, são condições de possibilidade de plena participação social” (BRASIL, 1998 p. 19).
Competência Comunicativa, Segundo Travaglia (2002, p. 17) “[...] a competência comunicativa é desenvolvida progressivamente conforme a capacidade de adequação do ato verbal às situações de comunicação”.
Os gêneros textuais
Para falar, utilizamo-nos sempre dos gêneros do discurso, em outras palavras, todos os nossos enunciados dispõem de uma forma padrão e relativamente estável de estruturação de um todo. Possuímos um rico repertório dos gêneros do discurso orais e escritos (BAKHTIN, 1992, p. 301-302).
“[...] os gêneros, como práticas sociocomunicativas, são dinâmicos e sofrem variações na sua constituição, que, em muitas ocasiões, resultam em outros gêneros, novos gêneros” (KOCH, 2008, p. 101).
Práticas de ensino tradicional
O ensino tradicional da língua portuguesa investiu, erroneamente, no conhecimento da descrição da língua supondo que a partir deste conhecimento da descrição cada um de nós melhoraria seu desempenho no uso da língua. Na realidade, a escola agiu mais ou menos como se para aprender a usar um interruptor ou uma tomada elétrica fosse necessário saber como a força da água se transforma em energia e esta em claridade na lâmpada que acendemos (GERALDI, 1996 APUD TAVARES, 2004).
Práticas de ensino produtivo
Diferente do ensino prescritivo que objetiva interferir nas habilidades linguísticas já existentes consideradas erradas e inaceitáveis e substituí-las por outras consideradas corretas e aceitáveis, o ensino produtivo “objetiva ensinar novas habilidades linguísticas. Quer ajudar o aluno a estender o uso de sua língua materna de maneira mais eficiente” (TRAVAGLIA, 2002, p. 39).
O ensino produtivo é sem dúvida o mais adequado à consecução do primeiro objetivo de ensino de língua materna [...] o de desenvolver a competência comunicativa, já que tal desenvolvimento implica a aquisição de novas habilidades de uso da língua e o ensino produtivo visa especificamente o desenvolvimento de novas habilidades (TRAVAGLIA, 2002, p. 40).
Algumas competências que se espera
Ler de maneira independente textos com os quais tenha construído familiaridade e atribuir sentido a textos orais e escritos, posicionando-se criticamente diante deles;
Compreender textos a partir do estabelecimento de relações entre diversos segmentos do próprio texto e entre o texto e outros diretamente implicados por ele;
Utilizando procedimentos de análise na leitura na busca de compreensão e articulando informações textuais com conhecimentos prévios;
Redigir textos na modalidade escrita e oral nos dentro dos aspectos: comunicativos e expressivos, em função das exigências do gênero e das condições de produção.
Utilizar os conceitos e procedimentos constituídos na prática de análise linguística e revisar os próprios textos com o objetivo de aprimorá-los.
Referências

BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa 5ª a 8ª séries. Ministério da Educação. Brasília, 1998. 
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ministério da Educação. Brasília, 1996.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS Vanda Maria. Ler e Compreender os sentidos do texto. 2 ed.São Paulo: Contexto, 2008.
TAVARES, Gedite Fontes. Língua Portuguesa: a prática de análise linguística. São Luís: UEMA, 2004.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. 8.ed. São Paulo: Cortez, 2002.

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