SITUAÇÃO ECONÓMICA, SOCIAL E CULTURAL DO CHILE DURANTE A DITADURA (Recorte de textos*)
A ditadura
chilena foi o período que correspondeu ao regime liderado por Augusto
Pinochet, de 1973 a 1990. Esse regime autoritário foi iniciado a partir do
golpe militar de 11 de setembro de 1973, o qual derrubou o presidente
constitucionalmente eleito, Salvador Allende. A ditadura chilena fez parte da
tendência sul-americana do período em que houve a implantação de regimes
conservadores comandados por militares e apoiados amplamente pelos Estados
Unidos.
1 Situação
económica
A economia
chilena (cuja moeda é o peso) é conhecida internacionalmente como uma das
mais sólidas do continente. Durante o período militar (1973-1990), foi adotado
o modelo neoliberal, que foi mantido pelos governos posteriores.
No início da década de 70,
tinha forte dependência de investimentos internacionais, especialmente, as
multinacionais. Mesmo diante do bom processo de industrialização, a maior parte
da população padecia em situação de pobreza.
A crise econômica chilena se
agravou em 1973, onde a inflação bateu 300% e o PIB entrou em queda
vertiginosa. A partir daí, houve altos índices de insatisfação com relação ao
governo Allende, criando o ambiente propício para o Golpe Militar que
aconteceria no mesmo ano.
Graças a uma sólida base
institucional e a uma forte coesão parlamentar voltadas para a política
econômica, o Chile manteve, durante a década de 90, um crescimento anual de 7%
e, de 2000 a 2007, uma taxa de crescimento de 5%.
Durante esse período foi
desenvolvido uma Política econômica neoliberal com abertura da economia para
empresas multinacionais, privatizações de empresas estatais, redução de gastos
do setor público e controle de juros através do Banco Central.
O modelo
econômico escolhido teve êxito, no início, ao controlar a inflação, aplicou
receitas monetaristas para estabilizar a economia e combater a inflação, ao
mesmo tempo em que prescrevia as organizações políticas, mas a crise econômica
internacional não permitiu que fossem superados seus efeitos negativos do
governo de Salvador Allende.
2 Situação
social
A crise
econômica que atingiu o país na década de 1970, no entanto, e a filosofia
antiestatizante do regime militar, reduziram fortemente os serviços da
previdência social do estado. Nesse período houve a suspensão das garantias individuais,
além de muitos estrangeiros serem perseguidos, extraditados, expulsos,
torturados e mortos nesse momento de eliminação da oposição interna.
Entre as medidas propostas
pelo presidente eleito estavam a reforma agrária e a nacionalização de empresas
e recursos minerais, como o cobre. Obviamente, as propostas contrariaram as
Forças Armadas, a classe média, os empresários e os Estados Unidos.
Havia a censura de notícias e
da mídia em geral para o controle da população, especialmente em relação a
conteúdos que iam contra o governo. Casos que espelham essa medida foram as
queimas de livros exercida pela ditadura.
O governo também não divulgava
os seus dados verdadeiros e transmitia informações alteradas, com objetivo de
não mostrar as suas falhas ao povo. A falta de transparência também facilitava
a manipulação do governo pelos políticos e escondia os casos de corrupção.
3 Situação
cultural
Durante o período da ditadura
chilena houve restrição à liberdade de expressão, uma espécie de apagão
cultural em função de dois motivos, sendo ambos frutos das medidas
político-culturais da Junta Militar, sendo eles: o exílio da cultura de
esquerda chilena; e as medidas e práticas culturais repressivas adotadas pelo
regime militar no Chile, o qual tinha por intuito usufruir de uma cultura que
não fosse nociva ao regime, repreendiam a produção cultural chilena através de
uma "cultura do medo".
Ocorreu também a queda das
importações de livros, que caíram de 12,4 milhões entre os anos de 1971 a 1975,
para 4,3 milhões em 1979. Ademais, também houve uma intensa repressão massiva à
cultura de esquerda, como o fechamento da Discoteca do Cantar Popular (DICAP),
da Editora Quimantú e de diversas peñas, queima de livros, além da proibição
imposta pelo general Pedro Ewing das gravadoras em produzir artistas da Nova
Canção Chilena.
* Material produzido (compilação) por Lilian
Beatriz S. dos Santos. Curso: Administração. Ensino Médio. IFMA – Campus
Caxias. 2022.
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