terça-feira, 6 de agosto de 2024

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA DENTRO DA PERSPECTIVA DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICAS (Recorte de textos)

Ponto 01: Prática Social Inicial

Nesta etapa, a Educação Especial inicia com a anamnese do aluno, juntamente com a família, para que possamos obter informações e estabelecer um plano de atendimento para o aluno, neste período a avaliação diagnóstica é imprescindível, pois trata-se do ponto de partida para que possamos realizar a prática social inicial. Segundo Araújo (2009) a prática social inicial implica em conhecer a experiência de cada aluno, sua memória e seu saber prático.

Ponto 02: Problematização

Para Gasparin (2007), a problematização representa o momento do processo pedagógico em que a prática social é posta em questão, analisada, interrogada, levando em consideração o conteúdo a ser trabalhado e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento. Para a educação especial, faz-se necessário, neste processo uma análise, reflexiva do que se foi considerado para prática social inicial, pois é justamente nesse momento onde tudo é posto de forma perspicaz, haja vista que o processo de avaliação diagnóstica do aluno é imprescindível, para subsidiar o trabalho do processo de AEE (Atendimento Educacional Especializado), bem como o trabalho pedagógico do professor da sala comum.

Ponto 03: Instrumentalização

Para Saviani (2008), trata-se de se apropriar dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados na prática social. Como tais instrumentos são produzidos socialmente e preservados historicamente, a sua apropriação pelos alunos está na dependência de sua transmissão direta ou indireta por parte do professor. O professor tanto pode transmiti-los diretamente como pode indicar os meios pelos quais a transmissão venha a se efetivar. Antes mesmo da aquisição dos instrumentos a serem utilizados com a Pessoa com Deficiência, faz necessário perpassar pelo processo diagnóstico, onde o professor deve conhecer a realidade do aluno, respeitar o conhecimento prévio do mesmo, analisar o que é significativo e pensar esse processo de instrumentalização, utilizando estratégias ressignificadas para as habilidades que serão desenvolvidas com o aluno.

Ponto 04: Catarse

Para Saviani (1999), mencionado por Gasparin (2007), catarse trata- se da efetiva incorporação dos instrumentos culturais, transformados agora em elementos ativos de transformação social. Daí porque o momento catártico pode ser considerado como o ponto culminante do processo educativo, já que é aí que se realiza pela mediação da análise levada a cabo no processo de ensino, a passagem da síncrese à síntese; em consequência, manifesta-se nos alunos a capacidade de expressarem uma compreensão da prática em termos tão elaborados quanto era possível ao professor. É o momento considerado na Educação especial de efetivação da construção do conhecimento por parte do aluno, através do apoio e intervenções do Ensino Colaborativo, que envolve profissionais de todas as áreas e dos variados tipos de deficiência, como o Agente de Inclusão, Professor da Sala de Recursos Multifuncionais, Interpretes e Instrutores de Libras, Transcritores e Revisores Braile, garantindo assim, uma compreensão mais efetiva dos conteúdos trabalhados sala comum.

Ponto 05: Prática social final

É o momento em que o aluno demonstra que realmente aprendeu, manifestando mudanças em seu comportamento em relação ao conteúdo. Para Gasparin e Petenucci (2008), esta se manifesta “pelo compromisso e pelas ações que o educando se dispõe a executar em seu cotidiano pondo em efetivo exercício social. o novo conteúdo cientifico adquirido”. Em consonância com a Educação especial, esta etapa ela acontece de forma processual, haja vista que o processo de aprendizagem da pessoa com deficiência é bastante singular, pois o aluno tem as suas particularidades e especificidades, pois existem deficiências que estão associadas com outras comorbidades, sendo necessário o respeito ao tempo de aprendizagem, desenvolvimento psicossocial.

Referências

ARAUJO, D. A. C. (2009). Pedagogia histórico-crítica: proposição teórico metodológica para a formação continuada. Anais do Sciencult, 1(1). Acesso em: 04 de maio de 2015. Disponível em: http://periodicos.uems.br/novo/index.php/anaispba/article/viewFile/180/114.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular/BNCC. Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.

Gasparin, J. L. (2007). Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 4 ed. Campinas – SP: Autores Associados.

GASPARIN, J. L., & Petenucci, M. C. (2008). Pedagogia histórico-crítica: da teoria à prática no contexto escolar. Acesso em: 04 de maio de 2015. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2289-8.pdf.

SAVIANI, D. A Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2012.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da aprendizagem: práticas de mudança – por uma práxis transformadoras. São Paulo: Libertad, 2003.

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