AVALIAÇÃO
DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA DENTRO DA PERSPECTIVA DA
PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICAS (Recorte de textos)
Ponto 01: Prática Social
Inicial
Nesta etapa, a Educação Especial inicia com a anamnese
do aluno, juntamente com a família, para que possamos obter informações e
estabelecer um plano de atendimento para o aluno, neste período a avaliação
diagnóstica é imprescindível, pois trata-se do ponto de partida para que
possamos realizar a prática social inicial. Segundo Araújo (2009) a prática
social inicial implica em conhecer a experiência de cada aluno, sua memória e
seu saber prático.
Ponto 02: Problematização
Para Gasparin (2007), a problematização
representa o momento do processo pedagógico em que a prática social é posta em
questão, analisada, interrogada, levando em consideração o conteúdo a ser
trabalhado e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento. Para a educação
especial, faz-se necessário, neste processo uma análise, reflexiva do que se
foi considerado para prática social inicial, pois é justamente nesse momento
onde tudo é posto de forma perspicaz, haja vista que o processo de avaliação
diagnóstica do aluno é imprescindível, para subsidiar o trabalho do processo de
AEE (Atendimento Educacional Especializado), bem como o trabalho pedagógico do
professor da sala comum.
Ponto 03: Instrumentalização
Para Saviani (2008), trata-se de se apropriar
dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos
problemas detectados na prática social. Como tais instrumentos são produzidos
socialmente e preservados historicamente, a sua apropriação pelos alunos está
na dependência de sua transmissão direta ou indireta por parte do professor. O
professor tanto pode transmiti-los diretamente como pode indicar os meios pelos
quais a transmissão venha a se efetivar. Antes mesmo da aquisição dos
instrumentos a serem utilizados com a Pessoa com Deficiência, faz necessário
perpassar pelo processo diagnóstico, onde o professor deve conhecer a realidade
do aluno, respeitar o conhecimento prévio do mesmo, analisar o que é
significativo e pensar esse processo de instrumentalização, utilizando
estratégias ressignificadas para as habilidades que serão desenvolvidas com o
aluno.
Ponto 04: Catarse
Para Saviani (1999), mencionado por Gasparin
(2007), catarse trata- se da efetiva incorporação dos instrumentos culturais,
transformados agora em elementos ativos de transformação social. Daí porque o
momento catártico pode ser considerado como o ponto culminante do processo
educativo, já que é aí que se realiza pela mediação da análise levada a cabo no
processo de ensino, a passagem da síncrese à síntese; em consequência,
manifesta-se nos alunos a capacidade de expressarem uma compreensão da prática
em termos tão elaborados quanto era possível ao professor. É o momento
considerado na Educação especial de efetivação da construção do conhecimento
por parte do aluno, através do apoio e intervenções do Ensino Colaborativo, que
envolve profissionais de todas as áreas e dos variados tipos de deficiência,
como o Agente de Inclusão, Professor da Sala de Recursos Multifuncionais,
Interpretes e Instrutores de Libras, Transcritores e Revisores Braile,
garantindo assim, uma compreensão mais efetiva dos conteúdos trabalhados sala
comum.
Ponto 05: Prática social final
É o momento em que o aluno demonstra que
realmente aprendeu, manifestando mudanças em seu comportamento em relação ao
conteúdo. Para Gasparin e Petenucci (2008), esta se manifesta “pelo compromisso
e pelas ações que o educando se dispõe a executar em seu cotidiano pondo em
efetivo exercício social. o novo conteúdo cientifico adquirido”. Em consonância
com a Educação especial, esta etapa ela acontece de forma processual, haja
vista que o processo de aprendizagem da pessoa com deficiência é bastante
singular, pois o aluno tem as suas particularidades e especificidades, pois
existem deficiências que estão associadas com outras comorbidades, sendo
necessário o respeito ao tempo de aprendizagem, desenvolvimento psicossocial.
Referências
ARAUJO, D. A. C. (2009). Pedagogia histórico-crítica:
proposição teórico metodológica para a formação continuada. Anais do Sciencult, 1(1). Acesso
em: 04 de maio de 2015. Disponível em: http://periodicos.uems.br/novo/index.php/anaispba/article/viewFile/180/114.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular/BNCC.
Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.
Gasparin, J. L. (2007). Uma
didática para a pedagogia histórico-crítica. 4 ed. Campinas – SP: Autores Associados.
GASPARIN, J. L., & Petenucci, M. C.
(2008). Pedagogia histórico-crítica: da teoria à prática no contexto escolar. Acesso em: 04 de
maio de 2015. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2289-8.pdf.
SAVIANI, D. A
Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11 ed. Campinas, SP:
Autores Associados, 2012.
VASCONCELLOS,
Celso dos Santos. Avaliação da aprendizagem: práticas de mudança – por
uma práxis transformadoras. São Paulo: Libertad, 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário