sexta-feira, 6 de agosto de 2021

 RECORTE DE CITAÇÕES REFLEXIVAS SOBRE O CURRICULO NO SISTEMA EDUCATIVO E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

“O currículo é um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e poder, representação e domínio, discurso e regulação. É também no currículo que se condensam relações de poder que são cruciais para o processo de formação de subjetividades sociais. Em suma, currículo, poder e identidades sociais estão mutuamente implicados. O currículo corporifica relações sociais”.

(SILVA, 1996, p. 23)

“Os currículos são as expressões do equilíbrio de interesses e forças que gravitam sobre o sistema educativo num dado momento, enquanto que através dele se realiza os fins da educação no ensino escolarizado. [...] O currículo em seu conteúdo e nas formas através dos quais se nos apresenta e se apresenta aos professores e aos alunos, é uma opção historicamente configurada, que se sedimentou dentro de uma determinada trama cultural, política, social e escola; está carregando, por tanto de valores e pressupostos que é preciso decifrar”.

(SACRISTÃN, 2013, p. 16-17)

(...) numa primeira categoria (...) os conhecimentos específicos da disciplina que (...) ministra (a matemática, por exemplo). Numa outra categoria, ele precisa ter conhecimento didático-curricular, ou seja, um conhecimento que o informe como esses conhecimentos específicos devem ser organizados para que tenha efeito no processo de apropriação e produção do conhecimento nos alunos. Numa terceira categoria de conhecimentos está o ”saber pedagógico”; o professor deve apropriar-se dos conhecimentos produzidos pelas ciências da educação e sistematizados nas teorias da educação. Além dessas três modalidades, outro tipo de saber necessário à prática docente é relativo à compreensão das condições sócio-históricas que determinam a tarefa educativa (...).

 (FACCI 2004, p. 244-245)

O currículo nunca é simplesmente uma montagem neutra de conhecimentos, que de alguma forma aparece nos livros e nas salas de aula de um país. Sempre parte de uma tradição seletiva, da seleção feita por alguém, as visões que algum grupo tem do que seja o conhecimento legítimo. Ele é produzido pelos conflitos, tensões e compromissos culturais, políticos e econômicos que organizam e desorganizam um povo.

(APLLE, 2000, p. 53)

REFERÊNCIAS

APLLE, Michael W. Repensando ideologia e currículo. In: MOREIRA, A.F.; SILVA, T.T. Currículo, Cultura e Sociedade. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

FACCI, Marilda Gonçalves Dias. Valorização ou esvaziamento do trabalho do professor? Um estudo crítico-comparativo da teoria do professor reflexivo, do construtivismo e da psicologia vigotskiana. Campinas: Autores Associados, 2004.

SACRITÁN, J. Gimeno. O Currículo: uma Reflexão sobre a Prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades terminais: as transformações na política da pedagogia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes, 1996.

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